Muitos adolescentes são arrogantes, se
acreditam especialistas, acham que já sabem tudo, que estão acima do bem e do
mal e longe de qualquer adversidade, como se consequências ruins, punições ou
castigos não fizessem parte de sua vida. Essa atitude dificulta o trabalho dos
educadores e, posteriormente, dificultará sua relação no mercado de trabalho.
O adolescente (e mesmo a criança) tende a
achar que suas vontades são seus direitos e nossa obrigação. Acreditam que o
que querem deve ser adquirido, o que acham deve ser seguido e como se comportam
deve ser aceito. Mais uma vertente da crença de que só há um saber correto: o
seu. E todos os outros, inclusive seus pais, devem seguir suas vontades, já que
ele tem razão.
Estamos criando pessoas que se acreditam
detentoras de um saber nato e de um direito absoluto e, por isso não precisa de
nenhum conhecimento e nenhum trabalho. Acostumamos nossos filhos a acharem que
sabem mais que nós, principalmente quando se trata de tecnologia e podem mais
do que nós, quando fazemos suas vontades e administramos nossa vida a partir de
seus desejos.
O adolescente precisa ter seus
desconcertos, suas dúvidas, suas quedas de certezas e verdades, pois do
contrário, se estiver mito certo de si, ficará numa posição de impossibilidade
de aprender, de crescer, de amadurecer.
Nosso papel não
pode ser confundido com o de um amigo, pois nenhum amigo tem a força e o poder
de instituir normas e limites. Por isso, quando fazemos intervenções
limitadoras tendemos a acreditar que essa atitude nos afasta de nossos filhos,
mas não é verdade.
O adolescente
precisa de regras e pede por essas delimitações. É comum observar, dentre eles,
a busca por figuras que representam respeito e autoridade, seja através de
ídolos, seja através de líderes. De certa forma, essa busca demonstra a
necessidade de enquadre, de segurança.
A falta de limites e referencias traz
consequências desagradáveis à sociedade, pois vemos o quanto as pessoas ignoram
umas às outras, se tornando mal educadas e defendendo agressivamente seus
direitos de forma isolada. Portanto, são as regras, as normas e
limites que constituem a possibilidade da vida em sociedade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário